quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O crepúsculo alucinógeno

Juntárom-se quatro um dia, os melhores deste bairro, dizia a velha copla marinheira... Ainda que neste caso, para sermos justos, os que se juntárom fôrom cinco: dous violinistas (Martin Hayes e o nosso conhecido Caoimhín Ó Raghallaig), um pianista (Thomas Bartlett), um guitarrista (Denis Cahill) e um cantante (Iarla Ó Lionaird). Nomes grandes e reconhecíveis, como pode ver-se. Dos melhores deste bairro, podíamos dizer, por seguirmos com a brincadeira. 
E esses cinco pegárom num tema também venerado e reverenciado por todos os amantes da música tradicional irlandesa como é Óro, Sé do Bheatha 'Baile. Pegárom nele e convertêrom-na nalgo novo, estranho, desconcertante, contraditório mesmo; e por todos esses motivos, fermoso e necessário. 
Numha metamorfose nom isenta de violência, o velho cántico rebelde que serviu de banda sonora à independência irlandesa vai-se precipitando nunha versom febril de Sleeping Maggie onde o violim (intuímos, como nom, que o de Caoimhín) acaba soando de jeito mui similar ao raposo moribundo evocado por Mickey Doherty em The Foxhunt. Movemo-nos, portanto, entre referências clássicas, eu quase diria que totémicas. Os visionários de The Gloaming (que esse é o nome desta banda hiberno-americana, com uns poucos meses de vida ainda) sabem-no, e a sua melhor homenagem é colher o ferro quente com ambas as duas maos e dar-lhe formas novas e alucinantes.

Óró, Sé do Bheatha 'Bhaile by Thegloamingmusic

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Bom Natal!

Esperaremos pois entre os lençóis, protegidos de neves e giadas, e iremos colhendo o sono enquanto esperamos a que venha o Apalpador para nos deixar ao pé da cama umha maga de castanhas e um ferrado de esperanças. Porque temos muita falta delas para este ano que se nos bota enriba...

sábado, 17 de dezembro de 2011

Fiddle 2.0

Criar, acumular, armazenar. Sons estranhos emergem de um simples fiddle e vam pinga a pinga caindo nalgo que cremos mui similar à memória, esse baú, esse açude. Esse pántano, seria bem dizer. E, justo a seguir, a melodia, fragmentada, rota, chegando aos nossos ouvidos como um corpo mutilado, como umha beleza proscrita:



Noutras entregas deste blogue pugem a música de Eoghan Neff como exemplo do que eu entendo por poesia, e vendo e escuitando isto que hoje partilho com vós nom fago mais que reafirmar-me no dito. A Eoghan haveria que estudá-lo nas faculdades de Filologia. Ou seria melhor nom estudá-lo? Talvez. Limitar-se simplesmente a desfrutá-lo como desfrutaríamos de um copo de licor clandestino, refugiados da chuva nalgum bar desses que nom aparece nas guias turísticas.
Com Eoghan conversamos há umhas semanas em Lisboa, após um concerto dos Assembly Point num pub do Cais do Sodré. E na conversa saíu outro nome, o doutro violinista que já tem visitado este blogue como é Caoimhín Ó Raghallaig. Os seus experimentos com o fiddle, nom menos temerários e vivificadores que os de Eoghan, geram às vezes momentos de umha beleza tam singela e original como esta:



E com os ecos deste fiddle reinventado (quase re-inaugurado, se me permitirdes o neologismo), desejo-vos umha boa fim-de-semana desde o frio e o vento que asolam estes dias o país dos txinberos.

sábado, 22 de outubro de 2011

E a gente começou a levitar em Euskal Iria

Diziam-me hoje alguns amigos que foi chegar eu a Bilbo e anunciar a ETA o fim das suas cinco décadas de luita armada. Gosto de vê-lo assim, e provavelmente dentro de uns anos contarei-no de um jeito bastante parecido. 
Foi um anúncio histórico, e os jornais bascos assim o reflectirom, dedicando-lhe dúzias de páginas em que lembram dado a dado e cifra por cifra a história da ETA, das origens à decadência e ao inevitável ponto e final. Percebo cepticismo na gente, som muitas as pessoas da rua que nom acabam de fiar-se de um comunicado pronunciado por rostos que se resistem a tirar os capuzes e imitar a cara descoberta de Séanna Breathnach. É compreensível. Mas a cenografia desenvolvida nas últimas semanas (Conferência de Donostia incluída) é inflexível e irreversível, e foi pensada desde o início para desembocar onde desembocou: num 20 de Outubro inusualmente solheiro e feliz nas ruas e aldeias de Euskal Herria. Também na Irlanda do Norte houvo muita posta em cena, muita pauta teatral. Questom de simbolismos, de gestos, de visibilidade.
Fala-se muito aqui de que o processo que fica por diante vai ser longo e difícil, que há temas (como o dos mais de 700 presos) que ainda vam provocar mais de um incêndio mediático e político, que o conflito basco (com ou sem luita armada) ainda segue aberto riba da mesa (e logicamente seguirá a está-lo enquanto existir soberanismo basco), que especialmente dura vai ser a batalha por construir o relato hegemónico e referencial do que aqui se passou nestes últimos 50 anos. Também de que a esquerda abertzale, refundida agora em Amaiur, vai capitalizar um processo que, sem os seus contributos e esforços dos últimos três anos, seria nom sei se impensável, mas desde logo muito mais difícil de ativar. Vai-se falar (já se está a fazer) de vítimas, de vítimas e de verdugos, e, sem querermos equiparar violências nem sofrimentos, é necessário lembrar que aqui houvo mais de 800 assassinados pola ETA, entre os quais há gente de muitas condiçons cuja memória só pode ser equiparável desde a mais completa obscenidade (Melitón Manzanas, torturador incansável, fica para a democracia espanhola ao mesmo nível que os mortos de Hipercor? Parece ser que sim), mas também houvo outros centos de vítimas que merecem idêntico respeito e que nom podem ser excluídas sem mais do edifício da memória que começará a se construir desde já em Euskal Herria.
As últimas décadas fôrom complexas, labirínticas, impossíveis; o tempo que se abriu ontem promete nom sê-lo menos. Com a única diferença (esperemos) de que as paredes do labirinto deixarám de estar tingidas de sangue.


sábado, 15 de outubro de 2011

A saída das Astúrias...

Para os que imos e vimos de Euskal Herria à Galiza e da Galiza a Euskal Herria, a saída de Astúrias, numha ou noutra direcçom, sempre significa algo...



(Por certo, que Tuenda, umha das debilidades de quem gere este blogue, estarám o 29 deste mês em Boal, em terra asturiana de língua galega. E, se nom houver cousa de novo, por alá andaremos).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Laster arte!

Nuns dias, em menos de umha semana, hei iniciar umha nova etapa da minha vida que me levará à irmá Euskal Herria. Se mo digessem há um ano, pareceria-me algo completamente inverossímil e improvável. Mas em tempos obscuros e contraditórios, onde a vida se parece a cada vez mais a um combate pola supervivência, qualquer oportunidade laboral que se apresentar é boa. E esta que me surgiu em terras bascas nom é das piores. 
Para ir-me afazendo à ideia, para ir ajeitando o ouvido aos sutaques novos que me esperam na outra estrema do nosso comum e amado Cantábrico, quiçá nom seja má ideia partilhar com vós esta fermosíssima cançom do Mikel Laboa. Nom gosto especialmente da música de cantautores, mas este "Txori" cativou-me desde que o escuitei na banda sonora de Euskal Pilota / La Pelota Vasca, do Julio Medem, um dos filmes que mais me impatou e que mais vezes visionei. 
Aqui tendes pois este "Txori", legendado na nossa língua comum galego-portuguesa e conservando neste nosso romanço velho toda a singela potência da sua letra.
Ah, por certo, suponho que nom fai falta dizer que estades tod@s convidad@s a Bilbo!



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A estirpe imaxinaria

Hai uns días lin este poema que Antonio Rivero Taravillo lle dedicou ao noso amigo Chesús Yuste no seu estupendo blogue literario Fuego con Nieve. Como é un deses poemas que gostaría de ter escrito eu, non me resisto a compartilo desde estas leiras arxilescas, porque quizais sexa este un xeito como outro calquer de facelo un pouco meu.
  
GENEALOGÍAS
Para Chesús Yuste

Este profesor de Nueva Jersey
o este policía de Baltimore
buscan aquí su árbol genealógico.

Ya hay algo de un viaje al pasado
en recorrer los microfilmes
en busca de parroquias con verdina
y listas de pasajes
amotinados contra la pobreza.

Aquí yo, observándolos mientras,
que conozco mi estirpe, mi genealogía
que se remonta a Niall de los Cuatro Rehenes
y a Rafterí el poeta, y a Moore y a Pearse.

También procedo
de una avellaneda y de salmones
que siempre desovan en mi imaginación.
De un prado en que compiten las reses
y de barricas de licor clandestino.

Estoy seguro de mi linaje,
reconozco la canción,
y aunque no encuentre Dublín en Dublín,
la lluvia conoce mi nombre.

Quizais algún día tamén eu procure esa estirpe imaxinaria de carqueixa e turba. Quizais sexa nun épico ascenso a Cruach Phádraig, ou se cadra a bordo dun comboio no que, como lle pasara a Yeats, o son dun violín (e por que non ha ser este violín heroico e nostálxico de Caoimhín Ó Raghallaigh?) derrame sobre nosoutros a certeza dunha Idade de Ouro, que xa foi, ou que aínda está para ser...


 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cousas que nom som o que parecem (3): algo cheira no concelho de Cúrtis

Há umhas semanas, de regresso à casa desde Santiago, reparei neste cartaz à beira da estrada.

É mui provável que os pobres nativos do lugar da Cheira (que tal é a sua denominaçom real e oficial, por mais que na sinaléctica se óbvie a presença do artigo determinado) tivessem e tenham de suportar inúmeras brincadeiras por mor do peculiar nome da sua pátria pequena. E nom som os únicos. De lhe fazermos caso ao Nomenclátor de Galiza, existem outros dous pontos do nosso território que partilham tam eufónica denominaçom: um no concelho de Óia e outro no de Ponte Areas, ambos no sul da província de Ponte Vedra. Como este blogue tem (certa) vocaçom de serviço público, gostava mesmo de lhes dar a todos esses cheirenses de naçom (espero que me desculpeis a temeridade deste neo-gentílico) umha pequena arma com que se poderem defender de tais agrávios: a etimologia.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Do outro lado da dor

Estase a celebrar nestas datas o International Book Festival de Edimburgo, a "Vella Cheminé" cuxas rúas se converten todos os veráns nun fervedoiro de cultura moderna e universal. E, segundo puiden comprobar, varios dos actos centrais deste evento van xirar ao redor do centenario do nascimento de Sorley McLean, ou Somhairle Mac Gill-Eain, que tal foi o seu chamadoiro en gaélico e que sobresaíu como o meirande poeta que deu ese idioma en todo o século XX. Así que quizais sexa unha ocasión perfeita para recuperar algúns dos seus versos, tan queridos e versionados por algúns dos mellores músicos escoceses. Velaquí un exemplo dos máis requintados: "The other side of sorrow", a estremecedora tradución musical que fixo o violinista Alasdair Fraser dun poema que McLean lle dedicou ao monte Cuillin, na illa de Skye. O tema está recollido no álbume que Fraser gravou en directo coa súa banda Skyedance durante unha xira por Galiza, Asturias e Euskal Herria, vai xa para dez anos.
Alén dos lagos de sangue
dos fillos dos homes,
alén do cansazo da planicie
e da laboura da montaña,
alén da pobreza, da destrución,
da febre e da agonía,
alén da adversidade, do erro,
da aflición e da tiranía,
alén da miseria, do desespero,
do odio, da traizón,
alén da culpa e da corrupción,
veredes o Cuillin,
vixiante e heroico,
xurdindo do outro lado da dor.



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A sorte do escocés

Aínda que ben poderiamos pór, no canto de "escocés", calquera outro xentilicio periférico, dotado da mesma escuridade xorda, pois as raíces da rabia e a lama que infecta os nosos soños veñen sendo as mesmas...


terça-feira, 9 de agosto de 2011

O herexe de Traba

Aproveitando a nosa cita anual coa Carballeira de Zas, a pasada fin de semana achegámonos a unha das praias máis auténticas e espectaculares da Costa da Morte como é a de Soesto, en Laxe, nas marxes do que foi noutrora a vella Terra de Soneira. Aquela praia escasamente domesticada lembroume outra que dista uns escasos quilómetros dela e que constitúe, como ben saben os que me coñecen, unha das miñas debilidades. Refírome á praia de Traba, e á freguesía de Santiago de Traba en xeral, un espazo que para min está dotado de resonancias pouco menos que míticas. E conectando Soesto con Traba véuseme á cabeza un fragmento brutal das Memorias del Arzobispado de Santiago que deixou escritas o arcebispo Frei Jerónimo del Hoyo en 1607 e que regresa obsesivamente ao meu maxín cada vez que poño o pé naqueles areais, arrasados noutrora polos piratas e as totémicas serpes...
En esta felegresía sucedió un caso raro y fué que un soldado escocés llegó a la custodia a rovar la caxa de plata en que pensaba estaba el Santísimo Sacramento y alló que no la había, que el Santísimo Sacramento estava en un tafetán azul y el soldado consumió el Santísimo Sacramento y el tafetán se lo metió en el seno y en acavándose de consumirse reventó por una igar y raviando como un perro, sobre los codos y rodellas, salió de la iglesia y espiró y luego los feligreses le echaron en un hoyo y cubrieron de piedras. Rayeron donde había reventado y echaron mucha cal y era tan grande el hedor que en dos meses no se pudo decir misa en la iglesia y aun después por tiempo de dos años quando habia mucha humedad solía salir aquel mal hedor. Desto hice información en la visita que hiçe en la dicha iglesia.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Bon Lugnasad

Pois iso, a todos e a todas, bon Lugnasad, ou o que é o mesmo, boa entrada nas mansións luminosas do ano. E que Lug o Múltiple Artesán, ou Lug o da Longa Man vos acompañe e vos dea folgos, a ser posíbel con músicas fermosas coma as que hoxe vos propoño e que xa vos terán o celme do festival, da carballeira e dos grandes vasos de cervexa brillando baixo a lúa.
Saúde!













terça-feira, 26 de julho de 2011

Brian Bóirmhe, qui domuit Lordomanos

Nun blogue amigo como é Erin Go Bragh topei este documental sobre a historia de Brian Ború, ou Brian Bóirmhe, que tal sería o seu verdadeiro nome en gaélico. Vencedor dos viquingos, primeiro rei que gobernou de facto e de iure sobre a totalidade da Irlanda e heroe triunfal na batalla de Clontarf, a historia de Brian Bóirmhe, como a de tantos outros semideuses da Europa altomedieval, escorrega entre néboas apócrifas e lémbranos que o pergameo (moi especialmente naqueles tempos estraños e violentos) terma sempre do que lle poñen e relata narraciósn construídas a partir de intereses diversos, sen que iso teña que ser (nen moito menos) necesariamente mao. Porque, afinal, até a sílaba máis escura do pergamiño máis modesto está carregada de ideoloxía. Ben o sabía o Solino da Corte na aldeia de Rodrigues Lobo, cando razoaba, co seu pragmatismo amargo, aquilo de que nas histórias a que chamam verdadeiras, cada um mente segundo lhe convém, ou a quem o informou, ou favoreceu para mentir. Mais a mentira, lembremos, é a matriz máis xenuína da poesía.
É certo que ese conto de viquingos opresores e de irlandeses loitando pola súa independencia nacional seguramente teña moito de cronicón comenenciudo e politicamente correcto, e que a sona con que Brian Bóirmhe pasou á posteridade deba atribuírselle en grande medida aos esforzos do seu bisneto Muirchertach Ua Briain por garantir a hexemonía familiar sobre o país e as súas aspiracións ao vello título de Ard Rí. De feito, cando sabemos que na batalla final de Clontarf houbo viquingos nos dous bandos que alí contenderon, un non pode menos que lembrar cousas como as que nos contou Manolo Gago, cando nos falaba de mercenarios viquingos (lordomani na terminoloxía latinoide da época) asentados en pontos do interior da Galiza e que tomaran parte en diversos conflitos e disputas que tiveran lugar polo noso país adiante. De feito, moitas pasaxes deste documental poderían estar ambientadas naquela Galiza convulsa de viquingos, bispos santos e mosteiros incendiados. Mais esas verificacións obxectivas non lle restan nen unha migalla de poder mítico á figura de Brian Bóirmhe. Máis ben ao contrario: fálannos dunha personaxe de tal calibre e tan fondo calado que acabou por se desdobrar nun corpo histórico e nun corpo mítico. Algo así como o noso Marechal Pardo de Cela, que agora tantos se empeñan en desmitificar polas bravas, ríndolle así as grazas ao españolismo máis contumaz e obviando os riquísimos matices que habitan nas fendas dese valado que separa a historia (pura e dura) da lenda (que nos habita e dá sentido).
Déixovos coa historia de Brian Bóirmhe e recoméndovos que, unha vez rematado o visionado do documental, regaledes os ouvidos co tema Brian Ború de Alan Stivell. Vale a pena.



segunda-feira, 25 de julho de 2011

Galiza 2011

Quizais algún día non teñamos nada a celebrar o 25 de xullo, e a data fique reducida á desexábel e ritual conmemoración dunha loita que nos conduciu á normalidade. Quizais dentro de moitos 25 de xullo teñamos gañado xa o direito a pensarmos con absoluta independencia dos españois, como dixo Castelao cando proto-teorizaba a soberanía mental e a liberdade dos imaxinarios. Quizais (moito probabelmente) o 25 de xullo non sexa a data máis axeitada para expresarmos estas arelas, e sería preferíbel que os nosos degoiros de liberdade e dignificación migrasen cara a datas máis nosas, menos contaminadas polo incenso opresor e a caspa das mantillas. Quizais. E quizais todo isto sexa moito desexar, e o que estou a facer non pase dun exercicio de inxenuidade que non resistirá nen o primeiro embate da rúa.
Mais, mentres e non, o corpo segue a sentir a obriga de reivindicar, de berrar e de se facer visíbel. De ser amábel cos inimigos, pois nada hai que os moleste máis (Oscar Wilde dixit). E de parabenizarvos este día a todos os que, coma min, credes que os exercicios de inxenuidade son nestes tempos máis necesarios ca nunca. Terra e Resistencia!


domingo, 24 de julho de 2011

Un ayerán no Día da Patria

Mentres agardamos a reinvención necesaria, recorremos á épica triste e erosionada que nos conduz cara á liberdade por vieiros revirados coma o corpo da cobra. Esa liberdade pola que tamén loitan e loitaron outros pobos irmáns nos que moitas veces teimamos ver un inimigo, e que souberon crear monumentos fermosísimos a esas angueiras de ceos azuis e castros reconquistados. Monumentos que podemos (e debemos) facer nosos, porque a rabia que deles emerxe produz unha calor similar nas linguas dunha e doutra beira do río.
E fálovos deste "Cantar del ayerán que perdió la guerra", un verdadeiro himno con que nos agasallaron hai tempo os Llan de Cubel e co que comezamos a conta atrás cara ao Día da Patria Galega, se é que patria nos fica aínda. Porque como ben di un dos seus versos, pal home que s'echa al monte / nunca acabará la guerra.



En Braña l'Eire la torba
y la tona en Rexoniles;
en Pedrafita los l.loos
y en Col.lanzo los civiles.

Paso la vía nel monte
ente penas y gorbizos;
soi emu de las l.lamargas
y del l.laz de los caminos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A rapaza da fábrica

Sinéad O'Connor ou a voz que só coñece a inclemencia dos extremos. Na gorxa de Sinéad sempre é outono, e as chuvias incesantes anegan o millo e arrastran salmóns estraños até o mesmísimo interior das cociñas. Unha tradición desgarrada que cheira a whisky e herbas da fame, iso é o que nos chega desde o xeito de cantar de Sinéad. E unha boa mostra é este The Factory Girl con que hoxe quero encetar a fin de semana.

domingo, 10 de julho de 2011

Elexía, rabia e reafirmación

Freei en seco no medio da estrada, e a miña gorxa amagou un berro horrorizado. O cruceiro de Denune, unha das máis fermosas mostras de arte popular do concello de Begonte e de toda a Terra Chá, xacía esnaquizado no chan. A súa base arrincada brutalmente, o seu maxestuoso varal tronzado en tres anacos. A cruz, co seu Cristo e a súa Piedade, simplesmente non estaba. Levárana. A escena, coma decote, rodeada de silencio, dese silencio inmundo, odioso, irritante, tamén significativo. Baixei do coche e avancei cara a aquel cadáver mutilado. Sentín a impotencia de quen ve un ser grandioso agonizando nunha poza de sangue. Humillado.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Desmantelamento

En pleno desmantelamento. Somos un (im)país en pleno proceso de desmantelamento. Ou, como diz Bieito Romero, un terrón de azucre diluíndose pouco e pouco, un bocadiño máis con cada nova volta de coller.
Eu quería mellor un asasinio feroz, brutal, sanguento, mais instantáneo. Un xenocidio cultural rápido e quizais cruento, mais dotado cando menos duns gramos de épica terríbel. Quería mellor un Cromwell que nos borrase do mapa sen nos dar tempo sequera a reaxir. Os nosos exércitos serían varridos con estrépito do campo de batalla, mais, dos males, habería exército, e habería campo de batalla. Mais ben vedes que non é así. E no canto diso, tócanos padecer un desmantelamento gradual mais implacábel que contemplamos instalados no torpor, mergullados na anestesia, embargados por unha calma desconcertante.

Con medios de comunicación en lingua galega empurrados día a día cara aos límites de abismo até que, finalmente, acaban precipitándose nel. E con políticos que lavan as mans ante o desastre para logo aplicalas na imposición de medallas folclóricas aos amigos do rexime.
Coas escavadoras varrendo do mapa os sucos e os valados que deberían guiarnos na reconstrución dunha memoria libre e digna, mentres os nosos paisanos tolean por estar cada día uns centímetros máis perto de Madrid, mais sen se preocuparen de estar cada día máis perto de si mesmos e do que poderían ser.
Co universo simbólico e referencial que levamos cen anos a tecer reducido a un ermo improdutivo, deixado a monte, indefenso ante o incendio inminente. O proprio mito do incendio. Tamén o mito do parque eólico, o mito da fervenza castrada, o mito das mil autovías, o mito do petroleiro cíclico, o mito da colonia adormentada.
E non vou falar da lingua. Simplesmente non vou falar da lingua.
Faltaba o enésimo símbolo, e ese símbolo emerxeu como só podía facelo nun (im)país como o noso: combinando as doses xustas de dramatismo, surrealismo e ignonimia. Hai que nos recoñecer que somos pintorescos até na desgraza. Que destilamos simbolismo profundo e potente mesmo en plena operación de desmantelamento.
Isto xa ten toda a traza de ser unha conta atrás...



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Páxaros cegos buscaban a auga...

Fragmentos dun poema atribuído ao profeta bretón Amaury Home Santo, quen debeu compolo mentres apodrecía na súa cavernosa cela da Bastilla, aló na cruel e ingrata Franza, por volta da decimosétima centuria.

ou ti que xeneras páxaros cegos desde a pupila
que arrasas e esquilmas a pupila

[...]

ti que fabricas a raíz calada do sabugueiro cando me mastigas

que me chamas lúa última rolando polas abas
do castro

ou ti a lagoa

[...]

ou ti a profundidade e o bramido desatado do boi e a cibdá estremecida [...]
na lagoa

e na procura da auga mergullar
palpitar
afondar
até arumes de vidro penetrárenme os ollos

rachar, miña turba, miña fraga de donda turba, megálito, rachar e [...]



sábado, 11 de junho de 2011

Os direitos do home

Chegas á Legua Dereita, ou Légoa Dreita na fermosa pronuncia local, esa que herdaches e que actualizas cada vez que contas (por enésima vez) a historia deste lugar. Aquí houbo sufrimento, berros dunha dor atroz e alucinante, un salvaxismo sagrado que solidifica nos territorios da saliva. E todo iso emerxe desde o submundo da memoria cando te ves diante da cruz de resonancias góticas que conmemora os sucesos daquel 10 de maio de 1911. Reverencia ante un pasado codificado que se dilúe á mesma velocidade cás letras que alguén escribiu no pé desta cruz.

Mais non quería falar dalgo do que xa teño falado outras veces. Quería simplesmente decer que nos meus auriculares soaba unha melodía chamada The Rights of the Man, das máis fermosas e estremecedoras que deu a tradición irlandesa, deconstruída nesta versión por Eileen Ivers coa insolencia dunha jazz-band sonámbula e finisecular. A sensación foi estraña, ou estrañamente bela. Crin escoitar os corvos erguendo o voo desde o corazón da carballeira, mais o certo é que estaba eu só alí ao pé da estrada de Vilalba, diluíndome á mesma velocidade cás letras que alguén escribira no pé da vella cruz da Légoa Dreita.





sexta-feira, 13 de maio de 2011

Alborada violinesca

Co sol e coa prolongación dos días apetece máis que nunca música leda, que profetice con cada xiro a inminencia dos festivais folkis do verán. Un bon xeito de se adentrar nese desexo sincero de luz e de alegría pode ser este que hoxe vos ofrezo. Trátase dun trío de músicos de primeiro nivel que moitos afeccionados ao folque xa coñecen perfectisimamente: recoñeceredes aquí a Alfonso Merino, a Alfonso Conde e ao multifacetista e verdadeiro cu inquieto Xosé Liz (si, o de Lizgairo, o de Riobó, o de Entre Trastes, o de Beladona, o de Anxo Lorenzo Band etcétera etcétera). Xuntáronse eles tres e baptizáronse como Bulla Timpánica, e baixo ese nome acudiron hai xa un tempo á "Northern Atlantic Fiddle Convention" (NAFCO, para os amigos), onde deixaron mostras tan belidas coma esta do seu bon facer. Por veces, esta Alborada de Ponte Caldelas soa a Escocia, soa a Transatlantic Sessions, mais nen así deixa de ecoar nunca con ritmos nidiamente galegos.



Por certo, téñolle especial cariño a esta Alborada de Ponte Caldelas, pois é a peza con que os Milladoiro abrían o seu disco Solfafria, ou o que é o mesmo, o primeiro disco de Milladoiro que tiven ocasión de mercar. Sedíame eu aínda en pleno estado de fascinio despois daquel mítico concerto intitulado "O Son dos Celtas", que logrou xuntar na Praza de Santa María de Lugo aos pais do folque galego moderno con músicos da talla de Liam O'Flynn, Leilía ou unha adolescente Susana Seivane. Era 1997, e aquel día decidín que esa era a música que me gustaba, que me emocionaba e me estremecía. E até hoxe.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Galiza accordion to Phil

Vai xa para algo máis dun ano que, lendo un dos meus blogues habituais, souben do proxecto en que andaba embarcado o prodixioso e pouco menos que lendario acordeonista escocés Phil Cunningham. Tratábase dun programa intitulado The world accordion to Phil, unha de cuxas entregas ía ter como protagonistas a música e a cultura de Galiza, con Carlos Núñez como anfitrión. Os amantes do noso folque de seguro que teñen entre as súas cancións inesquecíbeis aquel "María Soliña" na que Carlos e Phil, acompañados por Teresa Salgueiro e Liam O'Flynn, daban o mellor de si mesmos na reelaboración musical deste poema de Celso Emilio Ferreiro. En miña opinión, foi esta (e aínda o é) a mellor e máis profunda versión musical que se ten feito dese texto. Mais para gostos hai cores, por suposto!
Déixovos aquí as imaxes da andaina do máis pequeno dos irmáns Cunningham por terras galaicas. Recoñeceredes, á marxe do omnipresente Santiago de Compostela, outras paisaxes como o monte Louro, a Pontenafonso ou os altos páramos de Carnota e Mazaricos, tan semellantes en fisionomía e evocacións aos páramos do país escocés. E, como fondo, os ecos tristísimos desa María Soliña de frauta e acordeón.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cousas que non son o que parecen (1): eslavos en Lousame?

Ben sei que tiña delito, e moito. Case catro anos embebido nunha tese baseada na documentación do Tombo de Toxos Outos (con viaxe ao Arquivo Nacional de Madrid incluída, para consultar o orixinal in situ), e aínda nunca tivera ocasión de me achegar até o pouco que queda en pé daquel que fora grande e poderoso cenobio das terras de Luaña. Aquel mosteiro que estendeu as súas redes até Portugal polo sul e até as páramos leoneses polo leste, e todo desde o fondo dunha lúgubre vagoada en que o silencio ten forma de furiosas fervenzas e de mestos toxos, deses que, tomándolle emprestada a hipérbole ao padre Sarmiento, "furarían unha táboa".
Pois ben, esta carencia imperdoábel foi debidamente compensada hai uns días, nunha desas expedicións relámpago que nos demostran o moito que pode dar de si unha longa tarde de primavera. E, entre outras cousas, reencontrámonos con dous vellos amigos, dous deses topónimos enmascarados que aparentan o que non son e que fan do oficio de toponimista (se é oficio e non vicio, que esa sería outra discusión) un dos máis fascinantes e desesperantes á vez: refírome a Servia e a Comparada, nome de senllas aldeas da freguesía de Santa Eulalia de Vilacova, ao ladiño mesmo de Toxos Outos.

Cando algún programa de radio ou televisión fai unha incursión na toponimia "curiosa" ou "pitoresca" de Galiza, é ben raro que non saian a relucir estes dous nomes, ao carón doutros que tamén teñen o seu chiste: casos como Exipto, Roma, Porto do Son, Belén, Pernaviva, Cabrón e algúns máis que, obviamente, tampouco son o que parecen (ou, cando menos, non o foron...).
Contábanos Gonzalo Navaza nunha ocasión a historia dun investigador (agora mesmo, aínda que me matedes, non sería quen de lle lembrar o nome) que descubrira en Galiza un nome de lugar que se repetía ducias de veces por todo o territorio e que, na súa opinión, evidenciaba a pegada dalgunha lingua eslava na toponimia galega, pois podía relacionarse cun termo eslavo que viña a significar algo así como 'guerra, batalla'. Pois ben, a palabra en cuestión non era outra que UTECO... e as fascinantes posibilidades dunha presenza eslava no Noroeste peninsular esfareláronse de contado. Por suposto que sempre poderiamos botar man desta Servia coruñesa para lle salvar a cara a aquel perspicaz toponimista que facía os seus traballos tomando como fonte as Páxinas Amarelas, mais resulta que nin sequera esta Servia ten nada a ver cos serbios históricos. Por non ter, nin sequera debería ter o seu inicial, e explícome.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Cousas que non son o que parecen (2): un señor chamado Comparatus

Falábavos onte dese equívoco topónimo Servia que lle dá nome a unha das aldeas de Santa Eulalia de Vilacova, en Lousame, ben preto do mosteiro de San Xusto de Toxos Outos. E deixaba para hoxe o caso doutra aldeíña desa mesma freguesía cuxo nome tamén se ten prestado a algunha que outra confusión: refírome a Comparada.
Hai uns meses puiden ler nun libro bastante coñecido de toponimia galega (como suporedes, vou contar o pecado e calar o pecador) unha posíbel explicación da forma Comparada, segundo a cal a súa orixe habería que a buscar no verbo latino comparāre, de onde procede en última instancia o noso actual comprar. Por tanto, o topónimo Comparada (cunha fonética arcaizante) estaría a facer referencia a unha propiedade, terra ou herdade que nalgún momento foi obxecto dunha operación de compra-venda. A dicer verdade, un xa ten escoitado cousas con menos xeito, e o certo é que hai outros topónimos en Galiza nos cales adiviñamos motivacións similares e que ben poderían avalar, por comparación, esta hipótese: velaí está, por exemplo, A Manda (Mazaricos), que moi probabelmente faga alusión a terras incluídas nunha manda testamentaria.
Cal é o problema? O problema, como adoita acontecer nos lamacentos terreos da toponimia, vén cando os autores obvian (obviamos, que disto ninguén está libre) as verdades da documentación antiga. E é que moitas veces, os manuscritos balorecidos conteñen datos que por si sós iluminan o camiño para explicarmos as cousas. E este é un deses casos.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

E de novo, Tuenda

Coñecinos vai xa para dous anos, e produciron en min un fascinio difícil de describir. Pasados uns meses, naquel tempiño que botei en Lisboa (breve, intenso, desconcertante, contraditorio), fixéronme moitísima compaña. Podo dicir sen medo a me trabucar que Tuenda púxolle a banda sonora a aquelas tardes de chuvia, ás noites de involuntaria vixilia, e tamén por suposto ás longas viaxes de regreso á casa. A beleza terríbel do Romance del penitente, o sentimentalismo rudo e primaveral das añadas, dos ramos, das alboradas. A ledicia solar das danzas, das xirandiyes. E o amor por toda a parte: "Vo pa Llanes, vo pa Llanes / vo pala bolera nueva / non voi por xugar los bolos / voi por ver la mio morena".
A voz de "Ambás" como elo, como cadea dourada, garantía da continuidade ergueita desde a mornura calma das cociñas. A xenialidade de Pepín de Muñalén dinamitando fronteiras tenues e inservíbeis. E o acompañamento discreto mais imprescindíbel de Elías García.
Collinlles aprezo aos rapaces de Tuenda e por iso celebro que acaben de editar a terceira entrega desa auténtica operación de resgate e reconstrución en que se embarcaron hai uns anos. O título é ben pouco orixinal (Tuenda 3), mais o pouco que nos foron adiantando promete compensalo.
Para os que non poidamos estar mañá en Uviéu no seu concerto de presentación, e mentres agardamos ter o disco nas mans, irémonos conformando con saborear de novo os vellos temas. Permitídeme compartir con vós algún deles.




quinta-feira, 7 de abril de 2011

Os barcos de Gráinne Mhaol

Desculpade o monopolio que nos últimos tempos exercen Irlanda e o irlandés nestas leiras de arxila, mais concordaredes comigo en que debeu ser un espectáculo comovedor.

As naos de Gráinne Mhaol entrando polo esteiro do Támese arriba, en procesión desafiante e altiva cara ao corazón de Londres, cara ao pulmón mesmo e a entraña viva do odiado e eterno Imperio, ese que desangra, que humilla, que esmaga e engole.

Aquel día, Gráinne Mhaol debeu emerxer ante os ollos da Sabela Tudor como unha desas raíñas irlandesas doutrora, como Medb a selvaxe e temíbel, dona do touro, do lume e das rutas do mar, centro do mundo, gozosa destrución.

A memoria, persitente como un arao das illas Aran, retivo o latexo daquel espectáculo e traduciuno en selvaxe hino de rebelión. Gráinne Mhaol vén por riba das augas / canda a ela, unha garda de guerreiros, / non son franceses nin españois, senón irlandeses / e han derrotar os estranxeiros.

Ao ritmo destes versos iríase tecendo a epopea da liberdade irlandesa, da epopea sin-feinner manuelantoniana, abríndose paso entre o sangue e a cebada.

Mais, no comezo, foi Gráinne Mhaol e o soño dos mares libres.



terça-feira, 5 de abril de 2011

Introducindo abril

Ogallá todos os días nos reincorporásemos ao mundo baixo o imperio do sol e do riso, coma quen vive perpetuamente contaminado pola loucura de abril, coma quen sente cada mañá as fervenzas do sangue a anegar as mansións internas. Ogallá todos os días pronunciásemos palabras grandes, tenaces, violentas mais, ante todo, palabras infectadas dunha alegría irredutíbel como os sotaques do oeste.
E pois que de palabras falamos, ogallá non pasase un só minuto sen que nos viñesen á cabeza aquelas coas que un monxe irlandés de hai mil e pico anos resumiu o que debe ser (intuímos, sabemos) a felicidade de se sentir vivo e palpitante:

Hoxe síntome envolto pola forza do ceo, a luz do sol, o brillo da lúa, o esplendor do lume, o ímpeto do raio, a velocidade do vento, a profundidade do mar, a estabilidade da terra, a dureza da rocha...
E que tal se facemos un nó nas liñas do tempo e acompañamos o misticismo medieval irlandés con estes impactos de violín ao máis puro estilo McIsaac, quer dicer, tempestuoso, excéntrico, agresivo?

quinta-feira, 31 de março de 2011

San Pedro de Rocas


en san pedro de rocas
a invertebrada paciencia do monxe
desceu sobre min












terça-feira, 22 de março de 2011

Pangur Ban na abadía de Kells

O outro día, nunha especie de celebración doméstica de San Padraig, tiven a oportunidade de ver unha pequena obra mestra da animación recente: O segredo de Kells. Trátase dunha coprodución canadiano-irlandesa que chegou a estar nominada aos Óscar e que conta coa marabillosa achega musical de Kila, nin máis nin menos. Como o seu título indica, o filme fantasea coas circunstancias que puideron rodear a elaboración desa xoia da iluminación medieval que é o Libro de Kells, fundindo datos históricos con suxerentes delirios visuais só concebíbeis na imaxinación dun irlandés. E é que O segredo de Kells é unha fervenza onírica e case surrealista que, sen dúbida, fai necesarios varios retornos para captar todos os detalles artísticos que emerxen alén da trama como pequenas e luminosas illas.
Falaba de datos históricos, ou histórico-míticos, e hainos a feito. Aparecen os mosteiros de Iona e Kells, aparecen San Columba e os viquingos, aparecen Aidan e Crom Cruach, e aparece un peculiar gato branco que non podía ser outro que... Pangur Bán!



Pangur Ban, Pangur Ban, debes ir a onde eu non podo. Os iniciados no mundo monástico (e poético) do primitivo cristianismo irlandés ben saben que Pangur Bán é o nome do gato que protagoniza un dos poemas máis curiosos daquela época, datado no século VIII e composto no entorno da abadía de Reichenau, na actual Alemaña (proba do alcance acadado polos monxes irlandeses no seu labor evanxelizador, ben estudado e acreditado e cuxas relacións co antigo cristianismo galaico aínda pode dar moitas sorpresas). Déixovos aquí o poema en cuestión, que ousei traducir ao romance de noso. Non o fixen directamente a partir das verbas gaélicas en que foi concebido (non me dá a cabeciña para tanto, por desgraza), senón botando man dun excelente e tan capacitado mediador como é Antonio Rivero Taravillo, ese infatigábel tradutor de textos irlandeses ao español.

O branco Pangur e mais eu
exercemos cada un seu oficio:
el aténdelle a cazar,
eu aténdolle á miña arte.

Eu ben prefiro, antes cá fama,
aplicarme no meu libro;
o branco Pangur non me envexa,
el prefire as súas brincadeiras.

Cando -sempre a mesma historia-
estamos sós na casa,
temos en que ocupar o noso enxeño,
cada un nun xogo interminábel.

A miúdo, após reñidos combates,
un rato cae entre as súas redes;
polo que a min respecta, cae na miña rede
unha difícil lei de intrincado sentido.

El dirixe os seus claros e perfectos ollos
aos muros do seu redor;
eu dirixo á fonda sabedoría
os meus límpidos ollos cansos.

Alégrase, con áxil movemento,
cando un rato fica preso na súa gadoupa;
se entendo algo difícil do que gosto,
tamén eu che me vos alegro moito!

Malia estarmos sempre así,
ningún lle estorba ao outro:
cada un gosta do seu oficio,
con eles gozamos ambos os dous.

El é o único señor
do traballo que fai cada día;
a comprender ben o que é difícil
dedico eu o meu traballo.

sábado, 19 de março de 2011

San Padraig (e II)

Se me permitirdes o autoplaxio, e para irlles pondo fin e remate a estes días nucleados ao redor do bon e santo Patricio de Irlanda, recupero aquí un pequeno texto (algo ampliado e corrixido) do meu antigo blogue, relativo ás semellanzas entre o patrón das hibérnicas xentes e algúns dos nosos santos de máis renome. Claro que nisto, como en case todas as demais cousas, doutores ten a Igrexa, e de seguro que algunha burradiña ou esaxeración vai polo medio, mais aínda que o texto non valla un peso, sempre poderá salvarse polas musiquiña con que o acompaño. Son dous temas que ben coñeceredes, e que Carlos Núñez incluíra naquel fermosísimo Almas de Fisterra: a primeira, "Yan Derrien" (só encontrei a versión en francés), fala da peregrinación dun mozo bretón ao santuario de Santiago de Compostela; e a segunda, "Saint Patrick's Polka", fala doutra peregrinación, a da alegría desbordante do Día de San Padraig. Deseguido veredes a relación entre a unha e mais a outra...

"[...] Na nosa terra non podemos ser alleos a esta realidade, sobretodo se temos en conta que, como ben afirma José de Cora no seu Calendario de Galicia, "a historia de San Patrício pode construírse desde Galiza con retallos dos nosos santos e poetas".
Semella incríbel, mais é certo. Moitos dos episodios míticos que protagoniza o padroeiro dos irlandeses nas súas prédicas pola Illa Esmeralda reprodúcense con prodixiosa e suxerente exactitude nestoutra banda do mar, algo que doadamente sorprendería a quen non estea familiarizado cos substratos culturais e ideolóxicos dos pobos galego e irlandés. Deste xeito, a figura de San Padraig é homologábel en moitas ocasións á do apóstolo Santiago, pois ambos os dous foron utilizados (implementados, diriamos hoxe) nos seus respectivos países de adopción para cristianizar uns determinados costumes e uns lugares e paisaxes ás que que estes se encontraban asociados desde a noite dos tempos. Se Santiago (ou Prisciliano, ou Elvis Presley se quixerdes, que máis terá?) descansa baixo as lousas da Catedral de Santiago de Compostela (ese "facho do cristianismo atlántico", como escribira Otero Pedrayo), outro tanto acontece con San Padraig, cuxos restos repousan uns milleiros de quilómetros ao norte, na Catedral de Downpatrick (Ulaidh/Ulster), que non é outra cousa que Dún Padráig, ou "fortaleza de Patricio".
A predicación de Santiago nas terras galaicas (polo demais moi pouco exitosa) está estreitamente ligada ao Pico Sagro (en Boqueixón), noutrora coñecido como monte Ilicino, un enclave dotado de riquísimas pervivencias pagás e polo que vaga o recordo de Pepa a Loba, digo, da raíña Lupa, gardadora de riqueza, dona dos touros bravos, poderosa e selvaxe amante. Pois ben, a montaña sagrada de Croagh Patrick ou Cruach Phádraig (en Mayo, ou Maith Eo en irlandés), inzada de milladoiros por certo, vén sendo a versión irlandesa do noso promontorio galego, ao que lle imita mesmo na feitura. É aí, en Cruach Phádraig, onde se encontra a cama de San Padraig, equiparábel en fondo e forma ao leito de pedra do Santiaguiño do Monte (Padrón), no que seica se deitou o Apóstolo, ao igual que fixeron tantos outros santos galegos e irlandeses en penedos similares (a cama do San Xulián no monte Aloia, a cama de San Guillerme en Fisterra...), vinculados subterraneamente á morte e á fecundidade.

E se no Purgatório de San Padraig, na cova de Station Island (que deu título a un dos poemários máis vibrantes de Seamus Heaney), pode o peregrino superar en vida as penas todas do Purgatorio, deixando así un traballo feito para o momento do transo (ben din os vellos que "traballo feito non corre présa"), outro tanto acontecía na cova de Santiaguiño do Monte e, segundo conta Alonso Romero (que destes temas sabe o que non está escrito), tamén na fisterrá ermida de San Guillerme, non moi lonxe do sartego da Orcavella, que en gaélico se facía chamar Cailleach Bhearra.
Mais os lugares máxicos pouco son sen as palabras que os fan sagrados e, á súa maneira, inmutábeis. E tamén para Santiago e San Padraig foron ditas moitas veces as mesmas palabras e soñadas as mesmas lendas. San Padraig desterrou as serpes do Eire, e outro tanto fixo o alcumado Fillo do Trebón en Galiza. Porén, neste ponto a nosa mitoloxía presenta maior dispersión, pois na Costa da Morte esa expulsión dos ofidios atribúeselle a San Adrán, avatar cristián e barqueiro (con iso xa se di todo) dun vello deus da morte. Foi el quen os fechou a todos baixo a soada Pedra da Serpe de Gondomil (Ponte Ceso), unha cruz de pedra gra fermosamente traballada polos canteiros bergantiñáns e en cuxa base pode observarse a efixie dunha serpe alada. Sincretismo de cultos? Moi probabelmente, aínda que a serpe pareceu ser tallada en tempos relativamente recentes (por recentes queremos dicir hai uns quiñentos anos, aproximadamente). O caso é que unha das cobras fuxiu do marteiro, e o santo perseguiuna até darlle alcance e esmagala co seu proprio pé. Aínda hoxe, no monte Beo (Malpica), pode contemplarse a serpe petrificada, coa pegada de San Adrán afundida no seu lombo.
Como vedes, a San Padraig só lle faltou verse involucrado no asulagamento dalgunha cidade maldita, como o estivo Santiago nos afundimentos de Duio e de Corrubedo (dixo Santiago: "Corro y veo!"), para o podermos venerar como un santo galego máis. De aí a celebrarmos o vindeiro San Padraig cunha boa botella de viño Albariño na mesa tan só hai un paso..."




quinta-feira, 17 de março de 2011

San Padraig (I)

Pois iso, que hoxe é 17 de marzo. E hoxe toca dicer ben alto: Beannachtaí na Féile Pádraig oraibh.
Filoirlandés eu? Madia leva. Moito, e a moita honra. Por iso a xornada de hoxe, unha vez desprovista de toda a parafernalia comercial e folclórica con que a foi revestindo o máis xenuíno capitalismo anglosaxón (o mesmo que nos revende ao dobre de prezo a nosa festa dos Defuntos etiquetada como Halloween, ese mesmo), significa algo especial para min e para cantos formamos esta difusa seita dos filoirlandeses (gosto especialmente deste palabro desde que lla escoitei nunha conferencia ao profesor Moralejo).
Tamén digo que ogallá algún día, non moi afastado no tempo, o Santo André de Teixido ou mesmo o Santiago Apóstolo sexan tan celebrados polo mundo adiante como o é hoxe o vello Padraig. Ogallá. Sería un síntoma impagábel de que algo está a mudar nas cabeciñas desta xente arroutada e difícil do Noroeste. Mais como neste país non sabemos movernos máis aló de Pedrafita sen nos envolver antes na rojigualda e no olé olé, permitídeme contemplar esa posibilidade como algo tan fermoso como remoto e improbábel.
Os irlandeses fan hoxe apoloxía do que son, do que foron, quizais tamén (malia todo canto lles está a chover nos últimos tempos) apoloxía do que han ser. Nosoutros, no lugar deles, fariamos apoloxía, poñamos por caso, do gazpacho e do baile rexional (andaluz, por suposto), todo debidamente ornamentado con algún que outro touro de Osborne e, xa de paso, coa presenza dalgún carismático líder de certo partido hexemónico. Somos así e non hai que facernos.


Por iso quero mellor celebrar hoxe o San Padraig, santiño que, no fin de contas, non deixa de ser un alter ego sintetizado e remasterizado de moitos dos nosos santos tradicionais galegos, vencedores de serpes, asulagadores de cidades e moi amigos de botar unha que outra soneca en inverosímil cama de pedra.
Así que repito: Beannachtaí na Féile Pádraig oraibh. E acompaño os parabéns e os bos desexos con música desa que emerxe directamente dos mananciais das entrañas e que, aínda que sexa por un momentiño, nos redime do peso dos días.




sábado, 12 de março de 2011

Don Edelmiro ou o pastor de ríos

Lembro aqueles tempos como alegres e luminosos, como intensos e feraces. Eléctricos. Comezara a me interesar, unha vez concluídas as vicisitudes da licenciatura, por esa cousa chamada "toponimia", que algún profesor meu chegara a etiquetar como "unha rama da paralingüística". Iso en absoluto chegou a me acovardar. Unha das características esenciais do meu périplo vital é que sempre opto pola vía máis marxinal, polas estradas secundarias que a miúdo van morrer a algunha gándara erma e solitaria. Dicir que estudei Filoloxía Galega é, se cadra, o exemplo máis ilustrativo do que veño de dicir.
Mais o caso foi que, neses momentos iniciáticos, cando a intuición é practicamente o único criterio fiábel con que contamos, as miñas mans foron dar a un libro en cuxa capa azul celeste rezaba un título boscoso e remoto como unha lenda antiga: Estudios de hidronimia paleoeuropea gallega. Embarcarme na súa lectura foi ao comezo un labor equiparábel para min ao de quen vai arrincando un a un o significado dun xeroglífico. Posteriormente, moi devagariño, fun desentrañando o significado de moitas cousas, de moitos termos opacos, funme familiarizando con raíces do vello europeo, con nomes de ríos que foron ou son ou puideron ser. Sorprendinme do sabor que deixaba na lingua a lama, a braña, o regato lizgairo, a lagoa de inverno, a sabedoría das augas en definitiva.
Poucos meses máis tarde puiden asistir no Congreso de Onomástica Galega de Pontevedra a unha conferencia do autor daquel libro de capa azul celeste. Chamábase Edelmiro Bascuas, e lucía a estética dun deses magníficos mais inalcazábeis catedráticos doutrora. Por iso foi unha gratísima sorpresa comprobar como o seu xeito de falar, de se expresar, de se comportar, de responder ás preguntas formuladas, ía desactivando un por un todo canto prexuízo se puidese desprender daquela pulcritude de traxe e gravata.
Comezou a me caer ben don Edelmiro.
E aínda mellor me caeu uns anos despois, cando volvín coincidir con el nunha conferencia de Francesco Benozzo no Consello da Cultura Galega. Discreto, tímido, receoso de eclipsar a ninguén. Eu daquela, despois de varias experiencias no campo de batalla da investigación filolóxica, xa tiña bagaxe abondo como para saber que esas características debían ser admiradas como auténticas virtudes, e que esas virtudes resultaban verdadeiramente inusitadas e pouco frecuentes neste micromundo en que nos movemos.
Porque era don Edelmiro Bascuas unha persoa alta e venerábel, mais, a diferenza doutros moitos que se prezan do mesmo, de don Edelmiro case non se dan encontrado fotos no Google. E até un mes despois do seu pasamento, moitos non soubemos do lutuoso suceso. Son datos sintomáticos. El falou a través do seu traballo e das súas moitas páxinas impresas; falou a través da lama, da braña, do regato lizgairo e da lagoa de inverno. Hai quen di que nalgunha ocasión chegaron a lle saír dos beizos un par de salmóns encarnados, mais o conto ten trazas de cunqueirada...

Non souben da súa doenza até o pasado mes de setembro, precisamente no día en que defendín a miña tese. Ese home traballou o que non está escrito, dixo Moralejo, con sinceridade triste.
Así que, na espera por outras homenaxes mellores e máis dignas, eu vou deixar aquí hoxe a miña, agardando que o eco estas músicas (dun bretón de alma galega chamado Alan Stivell) alcance as luminosas illas occidentais onde don Edelmiro, lonxe de repousar, xa andará a procurar outras augas, outros ríos, outras sabedorías.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O sangue das olivas, a tolerancia dos corvos

Lémbranos hoxe o amigo Innisfree a figura e a lembranza dun deses poetas-guerreiros que só poden parir os megálitos da afastada Irlanda. Un deses homes que vían estrañas e iniciáticas semellanzas entre a anatomía da pena e a do fusil, entre o cheiro á tinta e o recendo á pólvora. Deses tolos doutrora que, parafrasando a Jean Markale no seu traballo sobre a poesía antiga irlandesa, retorcen a imaxe poética e arrebólana coma unha arma contra os ollos de quen le, ou de quen se precipita na lectura. Imaxes duras, contundentes, oníricas por veces, que, como no poema de Thomas Kinsella, arden no cérebro e sementan o desconcerto entre as grisáceas tropas que por nós agardan, asentadas no páramo, mastigando osamias de balea.
Chamábase Charles Donnelly, facía parte da famosísima Quince Brigade que loitou na España contra a sublevación fascista e deixou a vida na batalla do Jarama, alí onde se percatou de que até as mesmísimas olivas eran capaces de sangrar. Even the olives were bleeding.
E das mesmas leiras de Innisfree vou roubar un poema deste Charles Donnelly e vou ousar polo en chafalleiro romance galego, pois na nosa lingua sempre tivemos querencia polos corvos, sexan os de Owen/Xallas (que se han deixar caer por aquí en breve), sexan os que Cunqueiro coñeceu pola comarca mirandesa.
Mais coidado, porque estes corvos traen os fígados abertos de par en par e por eles supuran os residuos dunha guerra que rematou e non rematou...

A tolerancia dos corvos

A morte chega abundante desde problemas
resoltos sobre o mapa, desde sabias disposicións,
desde ángulos de elevación e de tiro;

chega inocente desde artiluxios que os nenos
quererían usar e gardar debaixo da almofada,
e inocentemente empala calquer corpo.

Após a carne cae tamén a mente,
sae o pensamento da mente e tronzan
os proxectos enfocados cara á degoirada meta.

Detense o avanzo do veleno nos nervos.
Colapso da disciplina.
O corpo xa só agarda a tolerancia dos corvos.






segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Na fundación do día

De como os dedos poden invocar sobre o coiro a máis fermosa das tempestades. De como as eguas poboaron as sombras do mosteiro mentres o chamán profería berros grandísimos desde os ríos do bronce. De como o sangue se acumula nos límites do ollo e a boca nos sabe ao pan granítico doutrora. De como os corvos e as lagoas e as feridas. De como canta Rónan Ó Snodaigh (que ben podería ser Torvo Donohue) e se desboca o día.
Bo comezo de semana!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mundo celta, capital Glasgow

Botou a andar o Celtic Connections, ese evento que, xunto co Festival de Lorient, serve para lles tomar a temperatura aos proxectos musicais que se están a cocer ao redor do Arco Atlántico, e mesmo noutras latitudes teoricamente moito máis afastadas (unha boa proba disto é a atención que este ano está a recibir no festival a música gospel). Un séntese convencido de que, simplemente polo pracer de ver a Galiza involucrada en acontecementos desta envergadura e repercusión, xa paga a pena contarse entre as filas dos celtistas (ou celtófilos ou atlantófilos ou calquera outro neoloxismo co que me quixeren alcumar as súas señorías).
E é que Galiza está en Glasgow, madia leva a estar! A sonoridade e a sensibilidade dalgunhas das nosas mellores bandas póñenlle o ramiño de pirixel ao balbordo que estes días se deixa sentir polas rúas e polos cenarios da capital obreira da Escocia. Por aló anda Anxo Lorenzo (que compartirá concerto cos seus amigos de Dáimh), e por aló andan tamén Son de Seu, A Banda das Crechas e mais os Fía Na Roca, que aproveitaron a ocasión para se despedir do seu público (a alguén se lle ocorre algo mellor que dar un concerto de despedida no marco do Celtic Connections?).
E os que non podemos andar estes días por Glasgow sempre podemos procurar consolo no Youtube e agardar a tempos mellores e a ocasións máis propicias para nos deixar caer por aló...







sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Viaxe ás raíces da turba con Seamus Heaney

Decateime de que, desde que hai case dous anos rocei estas ciber-leiras que deixara a monte, aínda non se deixou caer por elas un dos meus poetas de cabeceira, asiduo seareiro doutra tenza que tiven e criado (como non!) en irlandesas brañas. Refírome a Seamus Heaney. Vai tamén para dous anos que asistín a un recital seu no Círculo de las Artes de Madrid, aproveitando a histórica e excepcional alineación planetaria que fixo coincidir a súa presenza na capital do Imperio Pequeno coa nosa asistencia a un congreso de Lingüística.
Unha persoa entrañábel, o vello Seamus. Coma un avó que axeita o seu corpo miúdo e pálido no escano da lareira e fai tronar a súa voz con versos poderosísimos, manchados de patacas, de fariña, de turba, de pistolas, de sementes, de teitos de palla, de linguas e pántanos, de épicas anguías e de brutais ostras...
Coma un avó, talmente. Un avó que, finalizada a exhibición da palabra, tirou de pena para me asinar o meu exemplar en galego de Field Work, e estirou a man para recibir un exemplar das miñas Crónicas Chairegas. Aínda non sei de onde tirei o valor para tal ousadía, para tan irlandesa temeridade, mais o certo é que é hoxe o día que respiro con dificuldade cando penso que nalgún sombrío recanto dos andeis de Seamus Heaney habita un fragmento dos meus delirios literarios doutrora. Malia a certeza de que nin sequera chegou a ler media páxina e de que nunca saberá o que significa o título. Malia iso, o subidón non mo quita ninguén!
Moito teño falado do que me di e do que me significa a poesía (ou, cando menos, certa poesía) do vello Seamus, así que non me vou demorar máis no tema. Hoxe simplemente quería compartir convosco un dos meus poemas predilectos, máis rico, máis cargado de potencia mítica. Intitúlase "Digging" (A cavar), e foi precisamente co que arrincou aquel mítico recital madrileño. Non se me ocorre xeito mellor de lle dar a benvida á fin de semana!

A cavar (Digging)

Entre o índice e o polgar
repousa a miña pluma, cómoda coma unha pistola.

Baixo a miña xanela, o son áspero e limpo
da pa a se afundir no pedregullo:
meu pai cava. Miro para el

até que o seu lombo tenso se anasa
entre os eidos, e renace vinte anos lonxe
a se debruzar ritmicamente nos sucos das patacas
onde cavaba.

Afirmábase torpe a bota no canto da pa, facía palanca
o cabo seguro contra o interior do xeonllo.
El arrincaba as más herbas, enterraba fondo o gume brillante
para espallar as patacas novas que nós recolliamos,
amando aquela dureza fresca nas nosas mans.

Aquel petrucio sabía traballar coa pa.
Coma o seu vello.

Meu avó cortaba máis turba nun día
que calquera outro home nas gándaras de Toner.
Nunha ocasión leveille leite nunha botella,
tapada de xeito chafalleiro con papel. Púxose dereito
para o beber, e axiña volveu anicarse,
a rañar e cortar con aquel xeito, erguendo as felpas
por riba do ombro, indo cara abaixo
pola turba boa. Cavando.

O cheiro frío do balor da pataca, a labazada
na turba enchoupada ao se esmagar, os cortes secos dun gume
através das vívidas raiceiras despertas na miña memoria.

Mais eu non teño pa para seguir a homes coma aqueles.

Entre o índice e o polgar
repousa compacta a miña pluma.
Cavarei con ela.

domingo, 16 de janeiro de 2011

E seguimos a soar

Comecemos pois o ano e fagámolo coa sonoridade de grupos e propostas novas que van arrequentando o mosaico da nosa música. Assembly Point, Riobó e Tonecho Castelos & Pablo Esqueira. Propostas de directo, de locais pequenos e sonoridades potentes e compactas, desas que se deixan acompañar moito ben polo celme dunha cervexa do país.